quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A minha poesia


Para Rebeca dos Anjos

Flui de mim para o mundo inteiro
Uma alegria triste e descompassada.

Uma alegria de quem sente tudo o que vê
E vê tudo no que sente desatado e grave
Qualquer sentido de palavra e gesto íntimo
Acalentado publicamente por princípios.

O que sou se perde em meio ao silêncio
De todo ímpeto despedaçado pela culpa.

Não mais uma mulher, mas um corpo
Cheio de um vazio impreenchível
E toda sorte de dores indesejáveis.

Cansada, sou toda solidão que me habita
E a minha poesia é um grito que escorre
Enquanto a minha mão deixa na folha fria:
Minhas dores, meus sorrisos e a minha alma.

Patty Hilmer

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