segunda-feira, 25 de julho de 2016

O QUE NÃO SEI
















Não sei se te amo mais
Só sei que meu coração
Se calou de repente.

Não sei se é saudade
Ou se é um tédio grande
Que dilacera o meu peito.

Dias, noites semanas passam.
Tudo que faço é te esperar
Mas você erra o caminho
E eu fico aqui perdida
Sem o calos dos seus braços.

Já não sei, não sei mais!
Meus olhos só sabem chorar
E cada lágrima ardente
Que escorre pelo meu rosto
Grita seu nome silenciosamente
Como uma doce prece.

Não sei, não sei se é paixão
Só sei que por mais que eu tente
Meu coração já não tem forças
Pra te esquecer

E, assim, sangrando em carne viva
Sou corpo, mente e alma inteira
Todo esse amor que me consome.

Patty Hilmer



quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Ausência

Havia dor e dispersão
Também o dissabor

Que não findavas
E nem arrefecia
Na brisa fria da manhã

Pobre meu coração sofria
Em busca do que me fugia
Como areias entre os dedos

Perdida em desencanto ia
Tão desalentada pela vida

Uma pobre diaba à mercê
De um sorriso desabrochado
Em um rosto lindo e distante

Em que eu procurava tanto
A minha própria face.

Patty Hilmer




segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Inspiração



















O que é  isso que dá essa sensação de perda?
É quase uma pausa-verso de não ser o que é tão leve
Que deixa em minha boca um gostos doce que continua
Mesmo após o desaparecimento do açúcar

O que é isso que foge me levando para longe de mim mesma?
Ah, o que é isso que golpeia forte o meu coração?

É amor...
Só pode ser amor e mais nada!
Tá aí a minha inspiração!

Patty Hilmer

sábado, 6 de outubro de 2012

Apontamento literário


Na primeira linha os meus versos
Vão surgindo de não sei onde...
Parece que já estavam prontos!

Equilibro metáforas e metonímias
E depois que a tempestade cessa
Resquento o café feito quase agora
E me deito já pensando no teu rosto
E numa infinidade de tantos outros mais...

Rasurando o meu nome lentamente
A tua vaidade se exprime azul, vermelha...
Pela tinta da caneta: Oh, matei um anjo!

Patty Hilmer

sábado, 8 de setembro de 2012

Mar além



















Cale-se, não diga nada...
Não desfaça o silêncio
Com palavras porosas
A absorver o que em si
Não convém a verdade.

Não imprima mansidões
Quando tudo é ressaca
E vãs todas as explicações
Desprezíveis e aceitáveis

O mar, azul, dos teus olhos
Irradia uma serena calmaria
Mas que, no fundo esconde
Corais frios e recifes afiados

Ah, como eu queria nadar ...
Contra as tuas correntes pra
Descobrir os teus mistérios!

Mas, pra que me deixar levar
Se eu já sei que as madeiras
Úmidas do teu cais imenso
Não me proporcionam mais
A segurança de um abraço?

No mais - eu - morreria em ti
Sem ao menos te alcançar.

Patty Hilmer

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Primeira sessão




















Tentei demonstrar através das palavras:
Não consegui! Fiquei muda, faltou-me ar.
Tentei num gesto claro e universal dizer:
Não disse! Estanquei todo o gesto no ato!
Tentei gritar, mas eis que o grito não saiu.
Eu quis morrer naquele indecifrável instante!
Triste, fechei os olhos o mais forte que pude.
Logo, as lágrimas escorreram pelo meu rosto.
Então, como se fosse ensaiado ele me beijou...
Tonta, fiquei esperando as letrinhas subirem;
Na minha cabeça aquele momento era eterno.

Patty Hilmer

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A minha poesia


Para Rebeca dos Anjos

Flui de mim para o mundo inteiro
Uma alegria triste e descompassada.

Uma alegria de quem sente tudo o que vê
E vê tudo no que sente desatado e grave
Qualquer sentido de palavra e gesto íntimo
Acalentado publicamente por princípios.

O que sou se perde em meio ao silêncio
De todo ímpeto despedaçado pela culpa.

Não mais uma mulher, mas um corpo
Cheio de um vazio impreenchível
E toda sorte de dores indesejáveis.

Cansada, sou toda solidão que me habita
E a minha poesia é um grito que escorre
Enquanto a minha mão deixa na folha fria:
Minhas dores, meus sorrisos e a minha alma.

Patty Hilmer